sexta-feira, 1 de maio de 2009

"Mas tu és do tempo da telefonia?!"

Há dias em conversas sobre tudo e sobre nada com colegas de métier confessei-me fã desses obsoletos objectos que são os rádios. A verdade é que ao reconhecer que a televisão pouco ou nenhum fascínio exerce sobre mim, deixei meia sala de professores boquiaberta. Não, a primeira coisa que faço ao chegar a casa não é ligar a caixinha mágica e deixá-la para lá a debitar Gouchas gesticulantes, Baiões saltitantes ou Júlias estridentes.
Habituei-me desde sempre a ouvir a rádio e, quando chego a casa, talvez seja mesmo a doçura das minhas memórias que procuro nesse gesto de ligar o rádio e escutar. Lembro-me de adormecer em casa da avó embalada pelos sons do velho rádio de pilhas, recordo as tardes de Domingo de café e regueifa animadas pelos relatos da bola, revivo as viagens de carro com o meu pai a cantarolar as músicas dos tops, volto ao meu (verdadeiro) quarto e ao meu velhinho rádio despertador...
A televisão é ruído em demasia para o meu dia-a-dia já de si atribulado, a rádio faz-me a companhia de que eu preciso. A televisão fala para toda a gente, mas a rádio... a rádio fala só comigo. É por isso que não me chateio quando me dizem: "Mas tu és do tempo da telefonia?!" Ah pois sou! E o que eu gostava de ter um exemplar igualzinho ao da foto. Vá, um parecido também aceito.

2 comentários:

Patrícia disse...

A televisão começa a desinteressar-me também. Tudo o que quero ver, vejo no computador. Também gosto muito de rádio, porque ando sempre a cantar, seja no carro, seja quando o meu rádio despertador me acorda.

Beijinhos

Joana disse...

Rádio. É uma afirmação!
Sempre. Como o 25 de Abril!
:)