sexta-feira, 5 de junho de 2009

Peças de um puzzle

Era uma vez um dia que ia ser longo. A primeira reunião de estágio logo pela manhã obrigou a acordar cedo para evitar chegar à agência com cara de almofada ainda a cheirar a sono. Conversa de circunstância por causa da crise, da escassez de empregos, dos jovens, da falta de oportunidades, da responsabilidade e da falta dela. Correria para a escola. Aulas a manhã toda. Matéria. Fotocópias. Livros. Sermão. Café. As últimas sobre o fórum do e-learing. Telefone. Convocatórias. Dores nas pernas. Ai, muitas. Tenho de aprender a dar aulas sentada. Ao fim de quatro horas nisto a minha energia não me levou além do bar da escola.
Uma hora sentada para me deliciar com uma fatia de quiche, uma salada e água fresca. Café e num impulso só mais três turmas. Só mais cinco horas. “Stôraaa, esqueci-me do livro”. “Não gosto deste filme”. “Deixe-nos sair mais cedo, vá lá”. “Matéria?! Mas hoje é sexta!!”. “Tenho aqui uma justificação de faltas”. “E os testes?! Não trouxe?!”
Dei o litro e mais um tanto em duas substituições. Ao fim da tarde o meu oásis era o meu sofá, o meu chá e o meu silêncio. Silêncio?! Sim, o silêncio mas só depois do discurso do Alberto e do concerto do Tony pararem de interpelar o meu sossego entrando pelas janelas fechadas.
Era uma vez um dia que ia ser longo. E foi.

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