Sul

Dez anos depois e o Algarve mantém-se… o [meu] Algarve. Pelo menos para mim, que me propus o desafio de não me incomodar com intrusos jeitos e trejeitos com que as massas migratórias presenteiam os allgarvios durante a silly season. Encontrei o meu cantinho na praia, embrenhei-me nas minhas leituras, fotografei pessoas, momentos, gestos e paisagens, descansei o corpo e dei à alma paz, ouvi música e recordei muitas canções, esqueci-me da vida enquanto sentia as ondas envolverem-me os pés, fiz caminhadas pela praia, senti o cheiro a maresia, adormeci embalada pelo marulhar das ondas, dormi a sesta, conversei sobre tudo e sobre nada, escutei o barulhos dos grilos, senti o vento quente da noite, andei sempre de chinelos, vi o pôr do sol e viajei com ele para longe, pensei, amadureci algumas ideias e descobri outras, tomei decisões, fiz planos, tracei metas e objectivos, cresci por dentro [e para os lados também], lambuzei-me de D. Rodrigos, mas compensei este desvario gastronómico com muito peixe grelhado e, acima de tudo, encontrei-me comigo e com os meus.
Ainda sabe bem ir a banhos ao sul!