segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Com papas e bolos...



Pois que após uma breve interrupção para férias a saga EFA volta em força. De notar todo o ênfase colocado no substantivo é que esta semana tapei tudo o que era buraco no horário dos meninos, por outras palavras já os deito pelos olhos! Noblesse oblige estou oficialmente a meio da jornada – falta cumprir a segunda metade dos objectivos – e conto com três baixas, reformulando, houve três formandos excluídos por ultrapassarem o limite de faltas. Seria este um procedimento normal se o limite não estivesse já mais que ultrapassado ao segundo mês de curso, foi portanto inevitável, que ao sexto mês de formação, os deuses se reunissem para fazer uma seriação dos candidatos a agentes em geriatria. Pois enquanto todos se debruçavam sobre leis e decretos-lei, perfis e aptidões dei comigo a pensar na razão de ser deste curso em particular quando:


  • nenhuma daquelas almas tem noção dos valores [sim, é de euros que falo] envolvidos na sua formação – nem sei se seria boa ideia confrontá-los com o facto, acho que viria aí um novo apocalipse;


  • apesar de tanto esforço, tanto suor, tanta perseverança e capacidade de me repetir até à exaustão sempre com um ar de quem ainda tem paciência para dar e vender, continuo a verificar que coisas simples como bater à porta, pedir licença para entrar, ser pontual e responsável, pedir para se ausentar da sala ao invés de informar que se vai abandonar a sala são tarefas desnecessárias e aborrecidas;


  • descubro em mim facetas de notável investigadora e exímia simplificadora de conteúdos nunca valorizados e nunca suficientemente simples;


  • nenhum tema parece suficientemente motivante - tudo resvala para os assuntos das revistas e mesmo assim passam-lhe um crivo apertadíssimo porque nem nas revistas tudo é digno de leitura. Aliás o lema é: mais imagem, menos letras;


  • ao fim de meio ano de trabalho tenho a leve impressão de que nenhum deles tem a verdadeira noção do que os espera e, para falar verdade, nem eu própria consigo esboçar um cenário. A maioria confunde demasiadas vezes os verbos subsidiar e trabalhar, tudo é problema naquelas vidas – mais parece que são os únicos que têm filhos, contas a pagar, o periquito doente e a vida aos retalhos. São handicaps severos para quem perspectiva trabalhar na construção civil da saúde, se é que já perceberam que, de facto, é isso que os espera.


Em suma, custa-me olhar para eles sem pensar que são uma cambada de mal agradecidos. Não em relação a mim que trabalho por(que) gosto e ainda me pagam por cima, mas em relação aos ilustres governantes deste país, já que de outra forma o nono ano seria, salvo uma ou outra excepção, uma miragem.

1 comentário:

Phyxsius disse...

Ui... Isso dos cursos EFA é uma fantochada pegada. Eles não querem estar mesmo lá, é só uma alternativa a não ir para as obras ou assim. E tu (como outros), por muito que gostes do que faças, é natural que te sintas desiludida...