sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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Ao fim da tarde não estava sol, mas também não chegou a chover. Segui o meu caminho e fui andando com a sensação de que podia dormir de pé sem precisar de me esforçar muito. Ainda hesitei, mas parei na padaria. Achei que aquele tempo lusco-fusco combinava bem com o cheiro a pão quente acabado de cozer.
Aliviou-se parte do cansaço ao chegar a casa, fechar a porta e pensar que não precisava de sair mais hoje. Botas, mala, casaco, relógio e brincos fui-me despindo de tudo o que já não me fazia falta e deixei cada coisa num sítio diferente até parar na cozinha. Aquela tarde enevoada pedia um chá. Sentei-me no sofá desisteressada das baboseiradas que saiam da televisão e fui-me encolhendo mais na manta e na almofada. Pensei que devia ter fechado a cortina para não ser incomodada por aquela luz baça. Pensei mas não me mexi. Acordei com as notícias da noite e sem vontade de preparar o jantar que tinha pensado para hoje. Mudei de ideias mas ninguém tem nada com isso. Iogurte, fruta, sopa são o que há de novo no mesmo sofá, na mesma manta e na mesma almofada. Tenho roupa para passar, compras para fazer, a casa para arrumar e a mala que desde domingo ainda está por desfazer. É sexta-feira, estou cansada e ninguém tem nada a ver com isso.

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