domingo, 24 de abril de 2011

Vai das sortes [já dizia a minha avó]

Será só a mim que calha SEMPRE a mais simpática de todas as funcionárias da Sephora?

Se é não me lixem, tem de haver alguma mensagem subliminar a ler nesse comportamento. Logo a mim, caraças que me custa tanto entender palavras com mais de três sílabas e não dou uma para a caixa nessa coisa de decifrar enigmas.
Enigmas e bases. Lá na parvónia onde eu moro não há lojas de beleza, daí que a pessoa se confunda um bocado na hora de escolher uma base. Vai que para complicar a coisa ainda apareceram umas bexigas na cara vindas sabe Deus de onde... Uma salsada de marcas e de produtos, a canseira que é ir à cidade mais o dinheirão gasto e nem a minha boa educação puseram um arzinho de sua graça na cara da menina. Sem desamarrar a burra lá me mostrou dois feitios do que lhe pedi, não sem antes eu ter esgotado todo o meu delicado parlapié em notáveis metáforas para não dizer na hora que pretendia uma cobertura suave, bem diferente do estuque avermelhado que ela tinha na cara.
Decidi-me por uma base, mais o presente atrasado do dia do pai e outro adiantado para o dia da mãe. Espetei-lhe o vale de desconto acompanhado do cartão de cliente. Examina o cartão e lança mais um olhar de soslaio porque não tenho cara de António. Certifiquei-me do valor do desconto, recusei as amostras dos perfumes e retribui o sorriso amarelo. O António não aprecia - atirei - e nem me voltei para ver a reacção dela.

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