quinta-feira, 30 de junho de 2011

“Work spares us from three evils: boredom, vice, and need”

Primeiro Maio e agora Junho ambos terminam sem deixar saudades e hão-de perdurar como os dois meses mais atípicos do ano. Independentemente dos vínculos laborais sempre trabalhei até Agosto e por esta altura era ver-me em aturadas tarefas escolares, branca que nem cal nem tanto pela falta de sol muito mais pelo desespero e falta de energia para lidar com papéis que dia após dia brotavam de todo o lado.
Este ano apresentou-se inesperadamente diferente e trouxe-me uma amarga pausa de dois meses embrulhada em papel sedoso e brilhante. Primeiro foi a brusca mudança de muito ocupada a desmesuradamente livre. Depois o dilema de saber o que fazer com tanto tempo livre para não morrer de pasmo, nem de tédio, nem de solidão. E pelo meio fez falta serenidade para lidar com dois ou três tropeções clínicos.
Foram dois meses ricos em problematizações, questões e cenários hipotéticos tudo num bonito mar de lágrimas. Já não me lembrava que sabia chorar tanto e tão bem e também não me lembrava de como era boa aquela sensação de esvaziar o peito para depois voltar a insufla-lo de ar mais novo e mais puro. Muitas questões permanecem sem resposta à altura, todos os cenários que na minha cabeça nasceram hipotéticos assim continuam. O que fica é o fim de um ciclo que embora empobrecido de respostas, apresenta-se pleno de esperança em dias melhores. Dias que sem ocupação só me lembram saudade e distância.

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