domingo, 20 de setembro de 2009

Um, dois, dois e meio...


Vem aí mais um ano de vida artística – o sexto. Não sei qual é o nome atribuído às crises que assolam as relações ao sexto ano de vida, mas eu e o ensino já não somos o que antes fomos, nem há mais aquela cumplicidade. A preparação do ano lectivo deixava-me sempre animada, mas desta vez nada me convence senão vejamos:



  • Costumava ficar em pulgas para saber o meu horário – há que conjugar escola com part-time, compras, cinema, saídas, ginásio, cafés, esplanadas, feriados, pontes e afins.


  • Espreitava, à socapa, o livro de ponto das turmas que já pertenciam à escola – nada como ver as carinhas larocas por antecipação.


  • Espionava toda a informação disponível relativamente à minha Direcção de Turma – já me convenci que venha quem vier, vai sempre haver problemas.


  • Renovava todo o material escolar como se não houvesse amanhã – para onde quer que me vire só há Hello Kitty, bolas, corações e cores berrantes e eu a precisar tanto, mas tanto de uma agenda pequenina, simples e baratinha.


  • Marcava, com gosto, na minha agenda pequenina, simples e baratinha comprada há muito tempo a data da reunião geral – aquela das boas-vindas, de reencontrar os colegas, de apreciar as caras novas, de contar e saber das férias.


  • Pesquisava, para não dizer queimava pestanas, actividades dinâmicas e invulgares para que o dia da apresentação não fosse uma listagem de regras e critérios para gramar ad aeternum, ou seja até Julho.

  • Julho, esse mês que está tão longe, mas que eu nem queria saber, aliás nem sequer pensava na distância que separa Setembro de Julho.


    Acompanhamento cognitivo comportamental, aconselhamento psicológico, terapia de casal – um de cada ou todos em simultâneo - para que eu e o ensino voltemos a ser um só e se arrede de vez este ramerrame de não-estou-de-férias-mas-também-não-tenho-nada-para-fazer.

    Três!

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