Enviado daqui onde também podem consultar as regras.

Pede-se uma enumeração de momentos na vida que gostaríamos de reviver em câmara lenta. Pois a experiência - e a vida ela própria - já me ensinaram a aceitar e tirar dividendos de:






- todas as trovoadas imensas
- verões fantásticos
- ondas azuis
- lágrimas amargas
- reviravoltas inesperadas

Um bocadinho desvirtuado segue, como de costume, para quem o quiser agarrar.

Futuro

Acho que estou a dar um passo maior do que as minhas pernas.

Não importa. Vou tentar.

Só a 22 de Junho saberei...

Diz que...

... vêm aí dias de calor que é uma coisa parva (principalmente para quem está a trabalhar).

... ainda não vai ser em Junho que vou de visita ao meu habitat natural.

..., em consequência do pensamento anterior, vou perder o meu arrail popular favorito.

... está tudo cheio de vontade e bolsos recheados para ir passar o próximo mega weekend ao Porto Santo.

... a minha carga horária semanal vai aumentar e nunca irá passar disso mesmo: uma CARGA.

... a garantia do meu prezado computador expirou há um mês. Como não há previsão para ele ressuscitar tal qual Nosso Senhor Jesus Cristinho, vou abonar que nem gente grande.

... ainda só reuni metade da coragem de que preciso para pedir à boss uma abébia, ou seja, autorização para uma merecida July break.

Chegarem...

...(já há uns dias) as tendinhas de venda de fruta. É a prova de que nem todas as versões do pecado da gula têm de ser carregadas de gorduras saturadas, mau colesterol ou ficar alojadas na anca pelo menos uns dez mil anos.

Tal como diz o amigo Navorski: Bite to eat? Bite to eat? Bite to eat?

"Música no Coração"

Para mim, música é da cabeça aos pés, é da alma e do corpo... E foi assim que, ontem, me arredei dos meus afazeres e desviei o olhar para esta reportagem. Gosto de música e tenho para mim, eu que mal sei distinguir um dó de um mi, que somos seres incompletos se não soubermos tocar um instrumento musical. Ainda não perdi a esperança e vou colmatando a falha do jeito que posso e do jeito que sei. Não raras vezes com a minha falta de jeito.
Ontem fixei o contra-baixo. A presença forte e o som grave de imediato fizeram par com o meu lado trambolho, rezingão e difícil de “levar”.
Tenho, na verdade, uma grande admiração por quem domina os sons com mestria e transforma símbolos em melodiosa poesia.

Olhos, ombros, pulsos, pés

Acho que sofro de dor generalizada. Mas esta é uma dor boa. Uma dor de quem viveu cada minuto da semana que agora acaba. Tive visitas. Tive os meus mais perto de mim. Tive a casa cheia. Tive conversas caseiras. Tive dias de sol, muito muito sol. Tive os meus pratos preferidos. Tive sobremesa todos os dias. Tive sempre companhia ao jantar. Tive vontade de acordar cedo todos os dias. Tive vontade de sair mais cedo da escola (e de nem sequer lá pôr os pés). Tive passeios. Tive menos saudade. Tive um nó na garganta, mas portei-me bem.
Hoje, qual Ricardo Reis, vivi sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, nem invejas que dão movimento demais aos olhos, nem cuidados.

Vivi em melancolia, mas amanhã não.

Gosto de...

As regras são:

1.Colocar o selo no blogue;

2.Divulgar as regras;

3.Dizer 5 coisas que gosto na vida;

4.Indicar 5 blogues para os quais o envio;

5.Informar os blogues indicados que receberam o selo.

Gosto:

... do silêncio;
... da luz das velas;
... do sol de Outono;
... de abraçar os meus cachopos;
... de regressar aos meus locais, à minha gente e às minhas babes.

Os que me lêem, os que ocasionalmente me seguem, os que cá vieram por engano que se sintam todos nomeados para prosseguirem e darem o seu testemunho!
Obrigada Joana

Finalmente...

...uma tarde de sol.

Um dia inteirinho em que larguei a papelada que todos os dias me faz sombra para passar a tarde a fazer a fotossíntese. Longe do ruído da cidade e muito mais perto do céu. Acho que não vou esquecer tão cedo, porque hoje eu fui feliz!

A nota mais colorida de um dia cinzento, cinzento, cinzento...

Foi também a comemoração do Dia do Museu com pompa circunstância e um dia de atraso!

Museu de Arte Contemporânea - Funchal

Detesto...

… núcleos duros. Porque são castradores. Porque são discriminatórios. Porque são egoístas. Porque são limitativos. Porque são restritivos. Porque são inibidores. Porque geram mal-estar. Porque manipulam. Porque controlam. Porque são fechados. Porque são bafiosos. Porque são inacessíveis. Porque são núcleos. Porque são duros. Porque sim. Porque sim. E porque sim.

Era tudo…

"Benfica tem acordo verbal com Jesus"

Era o que se podia ler hoje, em rodapé, no programa de informação matinal da SIC. Contudo, a avaliar pelos resultados desportivos é melhor rever uma ou outra alínea do acordo e já agora, que tal pôr tudo preto no branco? Longe de mim querer duvidar da palavra do Sr. Jesus, mas já todos saber que esta crise económica leva a uma crise de valores e já não se pode confiar em ninguém nem mesmo nas entidades celestiais.
Ainda assim o melhor acordo entre mortais e divindades que eu conheço continha cláusulas alcoólicas consubstanciadas em Barcadi Cola servidos no capricho. Aprendam!

Roteiro Estético

Le jour et la nuit: Cahiers - George Braque 1882-1963

Pelo enriquecimento escolar, pela diversificação das actividades lectivas, pelo impacto nas comunidades envolventes acho muito bem que se desenvolvam iniciativas diversificadas que vão além daquilo que já todos vimos, ouvimos ou experimentámos.
Só acho mal que essas iniciativas colidam com o meu horário mais vezes do que o desejável, que os alunos cheguem às minhas aulas irritados porque não tiveram tempo para almoçar, porque não ensaiaram o não-sei-quê, porque falta fazer o panfleto não-sei-quantos, ou que me obriguem a adiar de véspera e pela terceira semana consecutiva, os trabalhos programados há meses. O nome que eu utilizo para este tipo de atitudes não é muito bonito de se escrever. Assim com’assim, recorro à ironia alheia e proclamo:

“Roteiro Histérico, eu te (re)baptizo em meu nome pessoal, de mais dois ou três colegas encolerizados e dos meus alunos inconformados. Ámen.”

Ser criança é...

Serei eu a única a achar que atravessar a estrada, em sinal vermelho e com catraios pela mão, é uma nova modalidade de desportos radicais? É vê-los todos os dias a sobrevoarem estradas, quais super-crianças, a reboque de um braço adulto.
Deve ser incomodativo e doloroso.
Criança sofre...

Quem é que...

... sai de casa numa tarde cinzenta e chuvosa como esta para comprar um maravilhoso vestido de Verão?!

Ah poizé, que estas coisas são de oportunidades e as oportunidades não se desperdiçam!

Contradições

Passo a semana a lamentar o excesso de trabalho e a dificuldade em conciliar aulas com os cursos, com o projecto do eLearning, com as tarefas de casa e um nunca mais acabar de coisas. A verdade é que quando o Sábado e o Domingo chegam fico mais insuportável do que nunca. Prefiro estar na escola a dedicar o meu tempo àquilo que me vai dando algum contentamento do que pensar nas pequenas grandes coisas que gostaria de ter e não tenho. Faz me falta o acordar lento e sereno dos Sábados de manhã que logo se dissipa com a chegada ruidosa do J., a mesa repleta de tudo e de todos para o almoço de Domingo, o bolo de iogurte que nunca falta à hora do lanche. Fazem-me falta dois dias de tranquilidade para não me cansar da semana de trabalho demasiado cedo.
Parecem coisas pequenas, mas para mim são fundamentais.
Parece contraditório o que escrevo, e é.

...

Sinto-me a empobrecer de cada vez que visito este site para tratar da minha vidinha e poder ir a casa. É que se trata mesmo só disso: ir a casa.

Esta tarde.

"Sempre que morre um idoso, desaparece uma biblioteca."

Provérbio Africano

Foi a frase da tarde. Foi a frase da conferência. Foi a frase que mais me marcou.

Tenho um gosto especial por livros, principalmente livros antigos, e por pessoas com histórias quase tão antigas como os livros que eu admiro. No meio de tantas balelas e de inusitada propaganda eclesiástica e política, salva-se este provérbio africano.

Uma junção feliz: histórias, vidas e sabedoria popular.

to think - thought - thought

Ontem passei a tarde (quase) toda à procura de um documento que eu tinha feito já há algum tempo, mas não sabia onde estava guardado. Remexi todas as gavetas, procurei todas as pastas, vi e revi em sítios prováveis e noutros menos prováveis. Até que me resignei à minha triste sina de ter de refazer o documento e desisti de procurá-lo.

Mais tarde, estava já eu em modo offline a ver o "Equador", quando o meu cérebro me apresentou este cálculo:

armário + porta do meio + dossier amarelo = documento procurado

Não sei se choro perante estes sinais precoces de Alzheimer ou se rio porque o meu cérebro até funciona quando eu o julgava adormecido...

...

Esta é a última vez que as segundas-feiras começam às nove da manhã.

Ouviram bem? A última!

(O trabalho bem pode esperar que eu acorde, almoce e, então sim, vá contribuir para o PIB...)

Contrastes

Alberto João Jardim gastou em viagens "secretas" meio milhão de euros em 2008. E depois há os desafortunados, coitados, que moram para lá do sol posto onde quase nada chega ou os que dormem na sarjeta com a cabeça a pender para a estrada. Não, ninguém me disse, fui eu que vi mesmo...

"Mas tu és do tempo da telefonia?!"

Há dias em conversas sobre tudo e sobre nada com colegas de métier confessei-me fã desses obsoletos objectos que são os rádios. A verdade é que ao reconhecer que a televisão pouco ou nenhum fascínio exerce sobre mim, deixei meia sala de professores boquiaberta. Não, a primeira coisa que faço ao chegar a casa não é ligar a caixinha mágica e deixá-la para lá a debitar Gouchas gesticulantes, Baiões saltitantes ou Júlias estridentes.

Habituei-me desde sempre a ouvir a rádio e, quando chego a casa, talvez seja mesmo a doçura das minhas memórias que procuro nesse gesto de ligar o rádio e escutar. Lembro-me de adormecer em casa da avó embalada pelos sons do velho rádio de pilhas, recordo as tardes de Domingo de café e regueifa animadas pelos relatos da bola, revivo as viagens de carro com o meu pai a cantarolar as músicas dos tops, volto ao meu (verdadeiro) quarto e ao meu velhinho rádio despertador...

A televisão é ruído em demasia para o meu dia-a-dia já de si atribulado, a rádio faz-me a companhia de que eu preciso. A televisão fala para toda a gente, mas a rádio... a rádio fala só comigo. É por isso que não me chateio quando me dizem: "Mas tu és do tempo da telefonia?!" Ah pois sou! E o que eu gostava de ter um exemplar igualzinho ao da foto. Vá, um parecido também aceito.

Quem em Maio...

...não merenda, aos finados se encomenda.

(Eu não corro esse risco. Ai não mesmo.)